O primeiro secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, deputado Edilázio Júnior (PV), denunciou ontem (26), em discurso na Assembleia Legislativa, o que considera “aparelhamento” do Governo do Estado nas eleições municipais 2016.
O parlamentar criticou o governador Flávio Dino (PCdoB) e citou dois exemplos que, segundo ele, comprovariam a intervenção do Palácio dos Leões nas disputas municipais.
O primeiro diz respeito ao caso de um terreno do Estado situado no Sítio Santa Eulália que, segundo adversários, teria sido invadido pelo candidato Wellington do Curso (PP) para posterior venda.
Ocorre que há, sobre o imbróglio, um processo em tramitação na 4ª Vara da Fazenda Pública do Estado do Maranhão e os autos haviam sido retirados em carga pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE), que é a proponente da ação.
A Justiça havia determinado a devolução do processo para o dia 22 deste mês. Para a defesa de Wellington, alega Edilázio Júnior, isso seria essencial essencial para que o juiz Cícero Dias, titular da vara, pudesse definitivamente julgar o caso – o candidato acredita em absolvição.
Como não houve a devolução do processo até aquela data, o magistrado determinou que a PGE devolvesse ontem o processo em até 4 horas.
No entanto, o procurador-geral do Estado, Rodrigo Maia, informou ao oficial de Justiça que perdeu os autos do processo, segundo a denúncia de Edilázio Júnior.
“Sabe o que o procurador disse? Disse para o oficial de Justiça que não sabe onde o processo está. Não sabe onde o processo está. E disse mais: que talvez tenha que pedir para restaurar os autos, porque está perdido o processo. Mas para piorar, o processo está perdido, mas um jornalista tem a cópia do processo na mão. O jornalista está aparecendo toda hora na televisão: ‘Eu tenho o processo, está aqui, eu tenho o processo’. Agora como que ele pode ter conseguido se o procurador afirma que perdeu?”, questionou.
Para Edilázio, interferência direta do Estado para desgastar a imagem de Wellington. “O procurador-geral do Estado pode ter um candidato a prefeito, ele é cidadão e pode sair de casa, e deve sair de casa no dia 2 de outubro para votar no candidato que o governador dele manda, mas a Procuradoria do Estado não pode ter candidato. O procurador pode ter, mas a Procuradoria não”, completou.
Edilázio também apontou o vazamento da dívida de IPTU de Wellington como suspeita. Ele cobrou investigação do caso. “Ninguém sabe se eu devo IPTU, eu não sei se o deputado Bira deve IPTU, eu não sei se o governador Flávio Dino deve IPTU. Houve um vazamento seletivo para queimar o candidato Wellington do Curso que está aparecendo bem nas pesquisas e houve essa quebra de sigilo fiscal dentro da Prefeitura, o que é um ato de improbidade e que precisa ser investigado”, finalizou.
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